quinta-feira, 28 de junho de 2018

Greve de caminhoneiros leva a maior aumento de incerteza em 1 ano

A paralisação dos caminhoneiros levou a incerteza na economia, em junho, a atingir a maior alta em um ano. O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-BR), anunciado nesta quinta-feira (28) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 10,1 pontos entre maio e junho, para 125,1 pontos, maior patamar desde janeiro de 2017 (125,4 pontos).

Foi a maior elevação desde junho do ano passado (10,7 pontos), quando o país ainda absorvia os impactos da divulgação de conversas com suspeitas de corrupção entre o presidente Michel Temer e o dono da JBS, Joesley Batista, lembrou Pedro Costa Ferreira, economista da fundação. Com o resultado, o indicador manteve-se na região de incerteza elevada (acima de 110 pontos) pelo quarto mês consecutivo.

Para o especialista, a tendência do indicador é prosseguir em alta até o fim do ano, devido à proximidade da corrida presidencial, que confere maior incerteza ao ambiente econômico, principalmente em condução de política econômica.

O técnico disse não acreditar que o índice volte a subir, na mesma magnitude, nos próximos meses. Isto porque, em sua avaliação, a intensidade do aumento foi provocada basicamente pelo protesto dos caminhoneiros, já encerrado – mas que provocou uma grave crise de desabastecimento em todo o país, devido à greve da categoria, e aos bloqueios de estradas efetuados.

No entanto, reconheceu que a tendência do índice é de alta. Ele observou que, mesmo com o fim da greve, consequências relacionadas ao movimento ainda não foram resolvidas – como a questão da construção de uma tabela de fretes com preços mínimos, que desagradou representantes de entidades empresariais. Ao mesmo tempo, por conta do movimento o governo anunciou subsídios ao diesel, o que deve causar impacto fiscal às contas do governo. “O governo tem mostrado uma inoperância em resolver crises”, resumiu ele.

Ao mesmo tempo, observou que, mesmo em junho, há um elevado grau de incerteza em relação à corrida presidencial, quem seriam os principais nomes e suas propostas para área econômica. Os candidatos que estão à frente apresentam pensamentos econômicos divergentes, notou ele. “Não sabemos o que vai acontecer em outubro. Uma previsão hoje seria grande chute”, afirmou o técnico.

Assim, Ferreira observou que o mais provável é que o indicador apresente novas elevações, não de dois dígitos, como em junho, mas suficientes para que o índice se mantenha em patamar alto, entre 110 e 115 pontos até o fim do ano. “Ocorreram várias revisões de estimativas para baixo no PIB; o câmbio, ninguém sabe como vai ficar”, enumerou, notando que há um volume grande de incertezas rondando a economia no momento. “As pessoas não sabem o que vai acontecer na economia e isso é ruim”, completou.

Fonte: G1

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Exportação de carne de frango do Brasil despenca com embargo da Europa, diz ABPA

As exportações brasileiras de carne de frango caíram 8,5% no acumulado do ano até maio, com o maior exportador mundial sendo atingido por embargos comerciais impostos pela União Europeia após uma investigação de corrupção no setor, disse a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) nesta quinta-feira.

O volume de frango exportado no período foi de 1,6 milhão de toneladas, ante 1,75 milhão no mesmo período de 2017. A ABPA disse que a receita de exportação caiu 12,3%, para 2,6 bilhões de dólares, na mesma comparação.

Os embarques para a União Europeia caíram mais de 40%, disse a ABPA. O Brasil vendeu 92,5 mil toneladas para a UE no período, abaixo das 151,8 mil toneladas um ano atrás.

A União Europeia suspendeu em abril as importações de proteínas brasileiras, principalmente aves, em uma decisão que afetou 20 unidades no país, sendo 12 da gigante BRF.

Bruxelas relacionou a proibição a "deficiências detectadas no sistema de controle oficial brasileiro" depois que uma investigação de empresas locais e autoridades de saúde descobriu que elas conspiravam para burlar a qualidade e as verificações de segurança.

Somente em maio, houve uma queda de 4,7% no volume de frango embarcado para fora do Brasil, para 333,2 mil toneladas.

A ABPA disse que os volumes de exportação podem cair ainda mais depois que uma greve de 11 dias de caminhoneiros no mês passado bloqueou as estradas do Brasil e interrompeu severamente o fluxo de mercadorias para os mercados e portos.

Fonte: G1

terça-feira, 19 de junho de 2018

Dólar sobe a R$ 3,77 com ameaça de guerra comercial e incertezas eleitorais

O dólar operava em alta na manhã desta terça-feira (19), no patamar de R$ 3,77, diante da ameaça de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China e de incertezas fiscais e políticas no Brasil.

Às 9h30, a moeda norte americana subia 0,85%, a 3,7735 na venda. Na máxima até agora, a cotação chegou a R$ 3,7845. Veja mais cotações.

Na véspera, o dólar subiu 0,29%, vendido a R$ 3,7398, após passar de R$ 3,7647 na máxima do dia.

Tensão comercial

A bolsa de Xangai despencou quase 4% nesta terça-feira, para a mínima em dois anos, diante da iminência da guerra comercial entre Estados Unidos e China. O iuan caiu também para o menor nível em mais de cinco meses em relação ao dólar.

Na sexta-feira (15), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões de importações chinesas, e prometeu mais se a China revidasse, o que aconteceu. Pequim anunciou tarifa adicional de 25% sobre 659 produtos dos Estados Unidos avaliados em US$ 50 bilhões.

Os riscos de uma guerra comercial já desenham um pano de fundo mais adverso para ativos de risco. O aumento do protecionismo das duas maiores economias do mundo aumenta preocupações sobre o crescimento global num momento que alguns dos principais bancos centrais reduzem a liquidez, trazendo uma perspectiva mais dura para emergentes, segundo a Reuters.

Incerteza política

No Brasil, a alta da moeda é influenciada pela cena política. Os investidores acompanha a notícia de que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, pediu ao presidente da 2ª Turma do STF, Ricardo Lewandowski, que coloque em pauta no dia 26 de junho novo pedido de liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há mais de dois meses por crime de corrupção.

O mercado teme que uma eventual presença de Lula na disputa eleitoral pode reduzir as chances de vitória de algum candidato considerado mais comprometido com o ajuste fiscal e as reformas.

A expectativa é de que o Banco Central siga atuando no mercado por meio de swaps cambiais tradicionais. Para conter a volatilidade no câmbio, o BC anunciou na semana passada que vai ofertar nesta semana US$ 10 bilhões desse tipo de contrato, que equivale à venda futura de dólares.

Entenda: swap cambial, leilão de linha e venda direta de dólares

Para esta terça, por enquanto, o BC anunciou apenas oferta de até 8.800 contratos de swap para rolagem do vencimento de julho.

Fonte: G1

terça-feira, 12 de junho de 2018

Dólar opera em queda, abaixo de R$ 3,70, de olho no BC e nos EUA


O dólar opera em queda nesta terça-feira (12), de olho na cena externa e a política monetária dos Estados Unidos e diante da atuação do Banco Central brasileiro no mercado cambial.

Às 9h12, a moeda norte-americana caía 0,71%, vendida a R$ 3,6979. Veja mais cotações.

O mercado está à espera da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, nesta semana, em meio a expectativas de que os juros possam ser elevados mais do que o esperado na maior economia do mundo.

Juros mais elevados nos Estados Unidos tendem a atrair para o país recursos até então aplicados em outras praças, como o Brasil, o que faz com o que o dólar suba por aqui.

O Banco Central oferta até 8.800 swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho. Esse foi o único anúncio que o BC fez para essa sessão por enquanto.

Na véspera, a moeda norte-americana fechou em alta, após cair mais cedo em meio ao anúncio de uma oferta inesperada de US$ 2,5 bilhões em swaps cambiais pelo BC, como tentativa para controlar o câmbio. A moeda norte-americana subiu 0,45%, a R$ 3,7242 na venda.

Fonte: G1

Três estados reduzem preço do diesel usado para cobrança do ICMS

O preço de referência do diesel usado pelos governos estaduais para a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cairá em 3 estados a partir da 2ª quinzena de junho: Alagoas, Paraíba e Tocantins.

O Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF), que é resultado da média do preço praticado nos postos pelo país pesquisados a cada 15 dias, é usado como base de cálculo para a alíquota de ICMS sobre o diesel, que varia entre os estados.

A tabela, que é divulgada a 15 dias pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), foi publicada no “Diário Oficial da União desta segunda-feira (11). O preço médio do óleo diesel e do diesel S10 (obrigatório para veículos fabricados a partir de 2012) entra em vigor no próximo dia 16.

A maior queda foi em Alagoas (R$ 0,36), justamente o estado que registrou a maior alta (R$ 0,22) na última tabela do Confaz que vigora até o próximo dia 15. A segunda maior queda foi em Tocantins (R$ 0,18), que também registrou a segunda maior alta na última tabela (R$ 0,17). Nos demais estados, o preço médio ponderado ao consumidor final continua o mesmo.

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Sisu oferece 57 mil vagas; inscrições começam dia 12 de junho

O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) vai ofertar 57.271 vagas em 68 instituições públicas de ensino superior, segundo o Ministério da Educação (MEC). As inscrições poderão ser feitas do dia 12 ao dia 15 de junho. O edital com todo o cronograma do programa foi publicado no dia (5), no Diário Oficial da União.

Pode concorrer às vagas quem fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2017 e obteve nota acima de zero em redação. Todo o processo de inscrição é feito exclusivamente pela internet, na página do Sisu.

Ao ingressar no sistema, o candidato deverá escolher, por ordem de preferência, até duas opções de curso entre as vagas ofertadas. É possível alterar essas opções durante todo o período de inscrição. A última modificação confirmada é a considerada válida.

As vagas serão ofertadas em oito instituições públicas estaduais, uma faculdade pública municipal e 59 instituições públicas federais, com dois centros de educação tecnológica, 27 institutos federais de educação, ciência e tecnologia e 30 universidades.

O resultado da chamada regular está previsto para o dia 18 de junho. O período de matrícula vai de 22 até 28 de junho e o prazo para participar da lista de espera é de 22 a 27 de junho.

Fonte: Agência Brasil

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Fim do imposto sindical ameaça direitos constitucionais, diz Fachin

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou em despacho desta quarta-feira, 30, que, se o Plenário não julgar ação contra o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, analisará a possibilidade de conceder uma medida cautelar. O tema está previsto para ser analisado pelos 11 ministros da Suprema Corte no dia 28 de junho. No despacho, Fachin sinaliza que é contrário à novidade introduzida pela reforma trabalhista.

Em 35 páginas, o ministro destaca os argumentos trazidos ao STF pelas instituições que buscam a volta da obrigatoriedade, ressalta que vê fundamento relevante para conceder a medida cautelar na ação e diz que há possível “enfraquecimento dos direitos sociais com a redução da capacidade de financiamento das atividades sindicais”.

“Como se depreende das informações trazidas pelos diversos amici curiae (amigos da Corte) é significativo o impacto das alterações legislativas nas atribuições constitucionais dos sindicatos”, afirma Fachin no despacho.

Para o ministro, conforme o que está previsto no texto constitucional, “é necessário reconhecer” que a mudança pode ser “desestabilizadora” de todo o regime sindical.

“O legislador infraconstitucional reformador pode, assim, não ter observado, ao menos “prima facie“, o regime sindical estabelecido pela Constituição de 1988 em sua maior amplitude, desequilibrando as forças de sua história e da sua atual conformação constitucional, e sem oferecer um período de transição para a implantação de novas regras relativas ao custeio das entidades sindicais”, diz Fachin sobre a reforma trabalhista, que vigora desde novembro do ano passado.

O ministro ainda ressalta que, em sua visão, o fim da contribuição obrigatória “inviabiliza a atuação do próprio regime sindical”, tornando-se um instrumento de “obnubilação” do direito à sindicalização.

“In casu, é forçoso assentar, mormente ante a plena plausibilidade das alegações, que a lesão a ocorrer é grave e repercute, negativamente, na esfera jurídica dos trabalhadores, à luz do regime constitucional vigente sobre a contribuição sindical”, afirma Fachin.

Ao final do despacho, o ministro diz que, ao menos até dia 28 de junho, manterá a ação para análise direta do plenário, mas ressalta que examinará a “excepcional premência dos pedidos formulados” na eventualidade de o julgamento não ocorrer.

Fonte: G1