terça-feira, 19 de junho de 2018

Dólar sobe a R$ 3,77 com ameaça de guerra comercial e incertezas eleitorais

O dólar operava em alta na manhã desta terça-feira (19), no patamar de R$ 3,77, diante da ameaça de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China e de incertezas fiscais e políticas no Brasil.

Às 9h30, a moeda norte americana subia 0,85%, a 3,7735 na venda. Na máxima até agora, a cotação chegou a R$ 3,7845. Veja mais cotações.

Na véspera, o dólar subiu 0,29%, vendido a R$ 3,7398, após passar de R$ 3,7647 na máxima do dia.

Tensão comercial

A bolsa de Xangai despencou quase 4% nesta terça-feira, para a mínima em dois anos, diante da iminência da guerra comercial entre Estados Unidos e China. O iuan caiu também para o menor nível em mais de cinco meses em relação ao dólar.

Na sexta-feira (15), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões de importações chinesas, e prometeu mais se a China revidasse, o que aconteceu. Pequim anunciou tarifa adicional de 25% sobre 659 produtos dos Estados Unidos avaliados em US$ 50 bilhões.

Os riscos de uma guerra comercial já desenham um pano de fundo mais adverso para ativos de risco. O aumento do protecionismo das duas maiores economias do mundo aumenta preocupações sobre o crescimento global num momento que alguns dos principais bancos centrais reduzem a liquidez, trazendo uma perspectiva mais dura para emergentes, segundo a Reuters.

Incerteza política

No Brasil, a alta da moeda é influenciada pela cena política. Os investidores acompanha a notícia de que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, pediu ao presidente da 2ª Turma do STF, Ricardo Lewandowski, que coloque em pauta no dia 26 de junho novo pedido de liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há mais de dois meses por crime de corrupção.

O mercado teme que uma eventual presença de Lula na disputa eleitoral pode reduzir as chances de vitória de algum candidato considerado mais comprometido com o ajuste fiscal e as reformas.

A expectativa é de que o Banco Central siga atuando no mercado por meio de swaps cambiais tradicionais. Para conter a volatilidade no câmbio, o BC anunciou na semana passada que vai ofertar nesta semana US$ 10 bilhões desse tipo de contrato, que equivale à venda futura de dólares.

Entenda: swap cambial, leilão de linha e venda direta de dólares

Para esta terça, por enquanto, o BC anunciou apenas oferta de até 8.800 contratos de swap para rolagem do vencimento de julho.

Fonte: G1

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