quarta-feira, 4 de maio de 2016

Após alta, IOF sobre dólar em espécie ainda é mais barato que no cartão

Mesmo com o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 0,38% para 1,1% nas compras de moeda em espécie, o turista ainda paga quase seis vezes mais se optar carregar o cartão pré-pago em dólar ou fizer compras com cartão de crédito no exterior. A nova cobrança passa a valer a partir desta terça-feira (3).

Para o diretor da distribuidora de câmbio turismo Cotação, Alexandre Fialho, a cobrança maior do IOF deve reduzir o valor de compra em "dinheiro vivo" do turista, mas não é tão significativa a ponto de fazer com que o brasileiro desista de viajar.

Fialho acredita que a forte volatilidade do dólar em relação ao real reduz o impacto da alíquota maior do tributo sobre a compra de moeda estrangeira, seja em dólar ou qualquer outra moeda.

“O câmbio está variando mais de 1% ao dia em muitas sessões. Essa oscilação muitas vezes influencia o custo mais que o aumento de 0,72 ponto percentual da alíquota do IOF”, explica.

Nas compras com cartão de crédito no exterior ou cartão pré-pago com moeda estrangeira, a alíquota do IOF é de 6,38%, bem acima dos 1,1% atuais na moeda em espécie.

O turista que comprar US$ 3 mil em dinheiro com o câmbio a R$ 3,50 gastava, antes da nova regra, R$ 39,90 em IOF. Agora, ele desembolsa R$ 115,50 no imposto, segundo uma simulação feita pela Proteste Associação de Consumidores.

Ao pagar a conta de um hotel em Miami com estes mesmos US$ 3 mil pelo cartão de crédito, o turista paga R$ 669,90 de IOF – quase seis vezes mais que o tributo cobrado sobre o “dinheiro vivo”.

Fialho, da Cotação, acredita que esse custo não vai afetar as vendas de forma significativa nas casas de câmbio, mas pode reduzir o “ticket médio” (valor total gasto) do cliente na compra. “Ele pode diminuir a quantidade de dólares que compraria pela diferença que pagará a mais de imposto", diz.

Cerca de 70% das compras na Cotação são feitas em espécie desde que o IOF de 6,38% passou a ser cobrado para carregar os cartões pré-pagos. “Quando o imposto era igual nos dois meios {espécie e cartão], a maior parte das vendas era no cartão, pela praticidade”, comenta. Para tentar reduzir essa diferença, a corretora passou a oferecer descontos na cotação da moeda para quem optar pelo cartão.

Com o aumento do IOF, o Ministério da Fazenda espera aumentar a arrecadação anual em R$ 2,37 bilhões. Somente em 2016, a previsão de alta das receitas com o aumento do IOF para compra de dólar é de R$ 1,4 bilhão.

Alíquotas do IOF

No fim de 2013, o IOF nos pagamentos em moeda estrangeira feitas com cartão de débito, saques em moeda estrangeira no exterior, compras de cheques de viagem (traveller checks) e carregamento de cartões pré-pagos com moeda estrangeira ficaram sujeitos a uma alíquota de 6,38% – que já valia para cartões de crédito desde março de 2011.

Fonte: G1

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